PORCO ESPINHO COISA NENHUMA!
ESPÍRITO DE PORCO, ISSO SIM!
Olhem bem para essa foto! Esse cachorro apavorado, cheio de agulhinhas parece este que vos escreve? Onde está o charme do andar rebolante, a beleza do focinho farejante e o brilho do pelo ondulante? Devem ter escapado pela janela porque a porta estava bem trancada! Onde já se viu espetar um pobre coitado assim? E olhem só a minha posição! No chão e totalmente à mercê do ataque pontudo! Nunca podia imaginar que fariam essa perfídia comigo. (Ando lendo muita literatura antiga, não?) Cheguei ao prédio da História/Geografia (e coloco sempre nessa ordem porque a sala é na História. Daí ... melhor não ferir orgulhos, certo?) com a maior alegria. Ia encontrar velhos amigos: humanos, caninos e comestíveis. O aroma alegre do pão de queijo do contêiner, a voz da nossa abençoada copeira sempre feliz, o ar meio pesadinho vindo daquelas britadeiras das laterais do prédio, as mocinhas da limpeza passando e repassando o pano na rampa, tudo isso me levava a suspiros de saudade. Os guardas me oferecendo pastéis e petiscos, e mesmo que eu não os pudesse aceitar, sentia que a felicidade se instalara na brisa dos corredores. Que bom! Estava eu pronto para encontrar os meus postes camaradas e árvores preferidas, para neles marcar meu território quando fui subitamente depositado sobre um colchonete azul que não combinava com minha pelagem preto-caramelo sujo. Bom, pelo menos a minha manta veio por cima e mesmo sendo rosa não tinha florzinhas! Fiquei desconfiado quando me colocaram à disposição um bocado daqueles biscoitos que os humanos insistem em chamar de ossinhos. Quando é que eles vão perceber que aqueles tais ossinhos são feitos de farinha de soja e de espinhas de peixe? Alguém tem que explicar isso a eles porque é muito feio falar coisas sem saber. Mas, voltando a minha desdita, estava eu lá naquele colchão, olhando os ossinhos, quando entra a minha velha conhecida, Dra. Adriana, a veterinária acupunturista que me atendeu há tempos, quando a dor na coluna vertebral era insuportável. Fiquei feliz porque ela sempre afaga meu pelo, me enche de beijos e de agrados e tira a dor. Apesar de todos os procedimentos médicos pelos quais passei, essa dor que se refere à outra pata, permaneceu. Porém, veio ali a certeza de que algo aconteceria. E aconteceu! Rapidamente virei um cachorro cheio de agulhas espetadas e algumas delas com presilhas cujos fios eram ligados numa engenhoca que dava belisquinhos. Como? Não sabem o que é um belisquinho? É um beliscão pequenininho! Humanos são complicados para entender as coisas, não? Pois bem! Fiquei eu lá querendo me livrar dos espetinhos, mas minha tutora que é meio espanhola, meio italiana não deu trégua. Aos poucos fui ficando relaxado e sonolento, e elas duas, a Adriana e minha tutora, começaram a conversar sobre as coisas da vida e o estado da arte. Daí não tive outro jeito senão dormir. Quando acordei estava sem dor na coluna e já não era um cão-espinho ou porco-canino, ou espinho no porco canino ... sei lá. Tinha voltado a ser o Bim. Ganhei carinhos, escovação no corpo todo e um grande passeio pelo campus. Que bom que estou com todo mundo, de novo, ao mesmo tempo em que tenho tutores. Sou um cachorro sortudo ainda que às vezes vire um porco-espinho canino e meus tutores insistam em dizer que tenho idéias de espírito de porco! Tenho tido aulas e mais aulas com a matilha onde estou atualmente. Vejam algumas das minhas performances no http://paodequeijodalua.blogspot.com . Eu faço bonito lá como um autêntico Fefeleche que sou! Um grande AU AU e AU, bom semestre a todos e ESTUDEM para um dia serem como eu!
Ah! Dra.Adriana Nagasawa: e-mail adnagasawa@bol.com.br Acupuntura veterinária