sábado, 25 de junho de 2011

EU TAMBÉM FREQUENTEI OS JARDINS DA FILOSOFIA...
AQUELE PRÉDIO DO MEIO!



Vou latir francamente, esse negócio de ter tutor, casinha e dinheiro na caixinha me leva a ossos nunca dantes navegados. Explico: quando morava no campus da USP, dormia no prédio da História-Geografia e as rampas de acesso eram minhas áreas de lazer. Podia circular por debaixo das cadeiras da lanchonete, principalmente depois que o ex proprietário e azedo (qué mala cara tenía lo latino man) se foi, com suas milhares baratinhas, e em seu lugar veio aquela lanchonete móvel, limpinha e com o maior pão de queijo já visto pelos meus olhos e farejados pelo focinhão charmoso deste que vos late.  Comia quando queria, de boca aberta e arrotando ao sabor do vento. Pois bem, tinha a minha filosofia de vida que era tomar sol, buscar comidas gostosas e dormir. Claro que fazia frio, doía a pata, ficava com medo dos trovões e dos fogos de artifício (coisa besta, esses daí), vivia com indigestão, ansiava por carinhos, enfrentava invasores. Tudo tem seu preço, hora para o bem, hora para o mal. Tá certo que sem mais nem menos fiquei machucado em pleno domingo e que fui socorrido e tratado. Também é fato que todos correram para me ajudar e até cama fofinha ganhei, além de toalhas, cobertores, mantas bordadas, sabonetes e o Fefelinho. Sou grato eternamente. E por que tanta conversa? Pra dizer que essa mudança de vida está me tornando um cachorro com certo refinamento. Eu, um fefeleche? Como assim? Refinar quer dizer emagrecer? Não! Mas, estão me colocando dentro de um eixo que logo, em breve, sem demora, vou acabar ficando magrinho e, com isso, refinado, além de super bem-vestido. Contudo, é sobre outro refinamento que estou falando. Trata-se de atitudes. Imaginem que tenho que fazer minhas refeições com muuuuuita calma, comendo caaaaada ração, umaaaaaa por vez. Tudo muito devagaaaaaar. Meus tutores resolveram que a gente só pode comer sentado, tendo o prato bem bonitinho porque os olhos enfeitam a alma dessa forma. E nada de ver a TV porque a notícia desce com a refeição. E tem cada notícia que vira pedras nos rins! Também não se pode ouvir músicas com letras agressivas porque a ração pode chegar nervosa no estômago. E tem coisa pior que uma ração rangendo os dentes? Só pastel de feira depois de alguns dias no lixo.  Em resumo, estou me transformando num novo cachorro, um cão zen! Mas confesso que às vezes escapo do controle e volto a ser um cão zen-vergonha. E o Fefelinho me acompanha! Alguém tem uma empadinha aí?

terça-feira, 21 de junho de 2011


DEU NO JORNAL DO CAMPUS!
QUE ME IMPORTA O NEW YORK TIMES?

Algumas coisas são essenciais na vida do cachorro-galã : a notícia bem dada para o seu público fiel. Vejam abaixo o meu estilo, muito próprio. Será que vou concorrer a algum prêmio jornalístico?

“Marly e eu: a vida do melhor cão da USP”
 – Jornal do Campus, segunda quinzena, abril-2011
                                                                                                                              Marly Spacachieri*

Sou uma figura peluda que ronda os prédios da FFLCH e dorme as noites na História-Geografia desde o fatídico 11 de setembro. Apelidado de Bin Laden, gostei mais de Bim. Desde então me tornei dono do espaço.

Expandi meus domínios para o resto da faculdade. Conquistei os jardins da biblioteca, onde tomo meu banho de sol diário. Perdi amigos coloridos após uma castração que eu não pedi!

Sem perder a pose mantive a ternura no olhar, ainda que me enfiassem vermífugo goela abaixo. Numa atitude ousada, dominei o restaurante da Química, local do bife mais suculento; contudo, jamais desprezei o Bandejão Central, onde meus fãs montaram um sistema de rodízio. Fiz rondas noturnas e rotineiras com as guardas.

Até que em um domingo não andei mais. Uma contusão em uma das patas rompeu meu ligamento. Junto, veio uma lesão do menisco.

No Hospital Veterinário da USP, constataram a necessidade de cirurgia para que eu pudesse voltar a andar. Iniciou-se, então, uma corrida por toda a FFLCH em busca de recursos. Começou com cartazes pedindo a todos que ajudassem na arrecadação dos fundos necessários para minhas consultas, exames, cirurgia, recuperação em clínica e fisioterapia, além de medicamentos e apetrechos caninos. Ufa!

Foi uma semana agitada: desde caixa de coletas na xerox à festa pró-Bim anunciada via Facebook pela Atlética; contribuições espontâneas; doação de sebo; vendas de doces, tudo realizado por voluntários. Teve até depósito de pós-graduando do Rio de Janeiro.

E eis que, em menos de 10 dias, passo de sem dono e sem casinha a um cão com tutores e dinheiro na caixinha! No dia 13 de abril fui operado com sucesso. Direto para a clínica, tirei os pontos e voltei a andar. Agora, mantenho um blog no qual conto a minha vida após a cirurgia.

*Marly Spacachieri colaborou com essa edição do JC. Ela é mestre em história pela FFLCH, criadora do blog e responsável pela campanha em prol do Bim.

Viram? Sou ou não talentosíssimo?
De olho no Prêmio Pulitzercão!!!

domingo, 5 de junho de 2011

E DEVERIA SER BIM NO LUGAR DE OSCAR, NÃO É MESMO?



Boa noite. Primeiro quero dizer da minha emoção em estar aqui, na frente desta tela, falando diretamente com todos aqueles que me elegeram como o melhor cão da USP. Aproveito para agradecer ao apoio dado pela minha equipe de promoção dos meus filmes e que os colocaram no ar. Não sei como expressar a minha gratidão a todos aqueles que me cercaram e trataram da minha imagem com amor e carinho, numa nítida demonstração de competência e profissionalismo. As festas promovidas em minha homenagem, as vendas de bolos, doces, cupcakes, amendoins e dadinhos que foram um sucesso, as faixas clamando o meu nome ... tudo isso... me emociona demais. Até blog eu ganhei. Nunca antes na história deste campus um cachorro foi tão querido. E nem se mostrou mais bonito que euzinho!Que corpo escultural (em formato de cano mas ... escultural e digno do MAC).Por isso tudo acho que posso propor aos dirigentes deste evento internético em mudar o nome da estatueta de Oscar (digam Óscar) para Bim (digam BIM!!! e não se esqueçam das exclamações no final, para dar peso na fala). Um prêmio gordo tem que ser associado a coisas gordas: sanduíches, coxinhas, pastéis, pães de queijo, churrasquinhos e coisas assim, que tão bem represento.
E eu quero informar todos os ganhadores da estatueta canina: a toda a FFLCH composta de alunos, professores, funcionários, prestadores de serviços e agregados; mas também para aquela equipe maravilhosa que fez a minha cirurgia encabeçada pela Dra.Sandra A.Rosner Krusik; uma estatueta para a dra. Adriana, minha acupunturista tão querida; a Renata Garcia, aluna da graduação da História que tem feito as aplicações tããããão gostosas de Reiki neste meu corpo lindo; para a Lorena, a Rosinha, o Fernando, a Andréia e o Diogo que não mediram esforços para aumentar o meu marketing pessoal garantindo guloseimas para todos; para uma fã anônima que deixou uma manta lindíssima que uso para cobrir estes pelos sedosos que cobrem o meu corpo; ao Fefelinho que aguentou e aguenta minhas mordidas; aos órgãos de comunicação na USP: Jornal do Campus (oi Manoela!!!) e Rádio USP, que falaram de e mostraram a minha beleza exterior e interior; para a Ana e a Márcia, das xeroxs, aos meninos e meninas da Atlética que promoveram uma festa e tanto para ajudar nas despesas; no pessoal da ECA que trouxe suas contribuições; para a profa. Raquel Glezer e profa. Leila Hernandez que me cederam um teto enquanto esperava a cirurgia; ao dr. Jorge, da Clínica Pet Shop Master onde fiquei em recuperação; para meus amigos guardas das entradas do prédio da História e Geografia que continuam inconsoláveis pela minha ausência: calma, meninos! Estou por perto! Sempre alerta! Ao pessoal da Farmácia e da Química - saudades dos bifões e das coxinhas servidas no corredor do bandejão. Todos esses e muito mais. Uma lambida especial para o meu tutor: Magno, que até hoje toca jazz e mpb pra que eu durma e sonhe com bifes macios. Uma outra lambida para a minha tutora, a Marly, que não larga aqueles tais de achicunda! Que nome é esse, hein?
Devo ter esquecido alguém! Com certeza! Mas com tantas coisas pra fazer, com a agenda lotada a cada latido ... me perdoem. Voltarei ao assunto e aos agradecimentos. Por hora ... Para vocês todos, de coração peludo .... um BIM.